Já não há ….
Já não há amor; já não há paixão; já não há aquele frio na
barriga quando ele passa com seu ar pomposo; já não existe vontade de se
arranjar, maquilhar só por ele e para ele; não há sequer vontade de chorar pois
o cansaço provocado já a tomou por vencida. O brilho outrora existente,
aquele cintilar de olhos pelo simples facto de se falar nele desapareceu por
completo. Agora?! Agora estão baços sem cor como que desprovido de vida, é-lhe
tudo tão indiferente…já não distingue o bem do mal, o certo do errado, já não
há discernimento naquela massa cinzenta denominada de cérebro pois antes apenas
pensava nele, vivia para ele, fazia tudo em função dele mas agora que ele se
foi ficou desnorteada, não sabe que rumo tomar!
A vontade de desaparecer e morrer é tanta que ela foge,
corre sem olhar para trás pois não quer ficar no mesmo sitio que a sua vida….
Corre e corre até ficar sem fôlego mas quando repara ainda não saiu do mesmo
sítio pois continua presa. Presa as memorias (boas e más), aos sítios
especiais, as músicas que um dia lhe foram dedicadas e sobretudo presa a ele
pois ninguém pode partir apenas com meio coração, pois aquele em que um dia
pensou ser o seu grande amor tirou-lhe metade sem autorização, e ainda não o
devolveu……. E mais irónico disto tudo é ter sido provocado por uma simples
palavra, uma palavra tão vulgar e que costumamos dizer e agora ecoa no vazio
deixado………… a palavar que ainda mata : "Adeus"